O teclado é um dos instrumentos mais
utilizados atualmente, por causa da sua grande flexibilidade e diversas
finalidades no mundo da música. Com um simples teclado pode-se dispensar o
acompanhamento básico de outros componentes de um grupo musical (baterista,
guitarrista, contrabaixista, etc.)
O teclado é dividido em 4 tipos:
Sintetizadores, Teclados com acompanhamento automático, Workstations, Pianos
digitais e Controladores.
Os
Sintetizadores são os mais usados atualmente. É um
instrumento que possui vários timbres (sons) que na qual podem ser editados
(alteração de freqüências, modulação, efeitos, etc.), com isso criando novos
timbres (sons).
Os
Teclados com acompanhamento automático, São teclados que possuem vários
estilos musicais (pop, jazz, rock, balada, samba, bossa nova, dance, e muitos
outros), onde pode-se criar e modificar outros estilos, acompanhados por parte
rítmica (bateria), baixo, strings, cordas (violão, guitarra), metais (trompete,
trombone, etc.), bem como ainda pode-se sintetizar estes timbres (sons).
Os
Workstations, são teclados mais complexos, que
envolve síntese de sons e sequenciadores para composição, arranjos de partes
musicais ou peças musicais completas, e ainda possuem a capacidade de síntese
de timbres (sons).
Os
Pianos digitais, São teclados com várias teclas
(76,88), que possuem vários timbres de piano, gran piano, piano elétrico,
cravo, etc..
Os
Controladores são teclados com várias teclas
(76,88), na maioria das vezes não possuem timbres, que tem a finalidade de
controlar outros instrumentos digitais através de MIDI (comunicação entre
instrumentos digitais), controla uma bateria eletrônica, computadores, módulos
de som, etc..
Como já dissemos, o tipo de teclado
mais usado entre os músicos no momento é o sintetizador. Vamos se basear nele
para que você fique por dentro sobre sua história. Um bom sintetizador pode imitar sons da
natureza tais como o canto de pássaros, vento, trovões, etc; imitar todos os
instrumentos musicais acústicos e elétricos como os de uma orquestra sinfônica
(ou mesma de uma guitarra elétrica) e pode simular sons de helicópteros ,
carros, ruídos, virtualmente quase qualquer som.
Obviamente o sintetizador
definitivamente proporcionou à música um enfoque criativo muito grande pois
muitos músicos e técnicos desenvolveram sons novos até então, além da
imaginação.
Pode-se dizer que 3 pessoas foram
responsáveis pela popularidade deste instrumento :
Robert
A. Moog - pode-se
dizer que foi o inventor do sintetizador . Fundou a Moog Music Inc. no final
dos anos 60 , fabricante dos sintetizadores Moog.
Wendy
Carlos - foi
responsável pela primeira obra musical - totalmente executada em um
sintetizador Moog - a obter sucesso comercial com o Lp ´´Switched on Bach
(1968). Trazia obras de Johann Sebastian Bach e foi aclamado pela crítica e
público, inclusive pelo controvertido pianista Glenn Gould. Wendy Carlos
procurou não imitar qualquer instrumento de orquestra. Reformulou todos os
timbres. Posteriormente foi responsável pela trilha sonora dos filmes "A
Laranja Mecânica" e "O Iluminado", ambos de Stanley Kubrick.
Keith
Emerson - Integrante
do grupo de rock progressivo inglês "Emerson , Lake & Palmer".
Foi o primeiro a usar o "Moog" no rock , inclusive ao vivo , nos
palcos. O próprio inventor, Robert Moog, o desaconselhou devido a instabilidade
na afinação do instrumento e a dificuldade de se mudar rapidamente os timbres.
Os Moog mais sofisticados eram os
"modulares". Os módulos de criação de sons podiam ser adquiridos
conforme a necessidade, contudo o preço era muito alto, acima dos U$ 10.000,00
, e muito complicado de se operar. Podiam chegar ao tamanho de uma parede e os
módulos eram interligados com cabos , como os de uma telefonista.
A Moog Music resolveu lançar um
sintetizador mais barato e fácil de se operar , certamente sacrificando sua
flexibilidade. Surgia o "Minimoog" que foi provavelmente o
sintetizador mais importante pela sua popularidade.
Na realidade o sintetizador foi criado
em 1955 pela RCA (Radio Corporation of America). Apesar de ter ganho o Prêmio
Nobel nesse ano, este sintetizador era um instrumento que somente podia ser
operado por técnicos. Engenheiros especializados precisavam de horas para criar
algum som útil. Conhecido como RCA MkII, tinha mais de 2 metros de altura e 5 metros de comprimento.
Custava U$ 175.000,00.
Os poucos músicos capazes de operá-lo
eram obrigados a revezar-se em turnos e fazer uma reserva no estúdio da
Universidade de Columbia/Princeton em Nova York.
Robert Moog, por ser músico (teve
aulas de piano por 12 anos), além de engenheiro e físico, teve um approach
diferente, desenvolvendo um instrumento mais acessível e orientado para
músicos, e não para técnicos. Foi com a sua invenção que o sintetizador começou
a se popularizar. Por esse motivo eele é considerado o "Pai do
Sintetizador".
Atualmente Bob Moog não trabalha mais
na empresa que tem o seu nome (Moog Music). Fundou a "Big Em 1962,
Robert Moog apresentou o seu sintetizador. Seu primeiro comprador foi Alwin
Nikolais, um famoso coreógrafo. Seu segundo foi Eric Siday, um compositor de
comerciais (jingles). Havia dinheiro o bastante para manter-se no
negócio, mas não existiam muitos compradores, de fato só se ouvia sons de
sintetizador em jingles.
Moog procurou encontrar-se com o maior
numero de músicos que podia para divulgar o sintetizador. Dentre eles
conheceu a Wendy Carlos, que com o álbum "Switched-On Bach" divulgou
o instrumento para o mundo. Carlos chegou a colaborar com Robert Moog no
aperfeiçoamento do instrumento. Briar", onde produz dispositivos para
seus antigos instrumentos e theremins (um instrumento musical eletrônico que é
executado movendo-se as mãos perto de uma antena - muito usado em filmes de
ficção científica e horror). Talvez por ser um cientista, e não um
negociador, vendeu os direitos do seu nome e criação, ironicamente perdendo o
direito de usar seu próprio nome.
No final dos anos 90 voltou à mídia,
em comemoração dos 30 anos do sintetizador Moog, juntamente com o músico Keith
Emerson. O inglês Keith Emerson (nascido em 02/nov/1944) pode ser considerado
um dos mais importantes tecladistas do rock, se não for o mais importante.
Pianista, organista, show man, Emerson fez pelos teclados o que Jimmy Hendrix
fez pela guitarra: exibições virtuosísticas, destruição de instrumentos,
utilizando inclusive elementos pirotécnicos. A efervescência das suas
apresentações perdia somente para a sua musicalidade. Emerson conseguiu levar a
música clássica ao rock, sendo também um dos pais do rock progressivo. Começou
com o grupo "the Nice" e posteriormente consagrou-se com o trio
"Emerson, Lake & Palmer" (ELP), alem de compor diversas trilhas
sonoras para filmes. Foi o primeiro a usar um sintetizador num palco , ao vivo.
O sintetizador foi descoberto por
Emerson em 1968, através do álbum "Switched-On Bach" de Wendy Carlos.
Ficou fascinado pelo aspecto do instrumento que constava na capa, bem como a
sua sonoridade. Na época descobriu que em toda a Inglaterra havia apenas um
destes instrumentos, o qual conseguiu emprestado para um dos seus shows (ainda
com o "the Nice").
O
público ficou intrigado com o som estranho e não conseguia compreender o que
estava fazendo aquele som. Decidiu comprar um Moog modular, o qual pagou 13.000 libras (cerca
de US$ 21.000 dólares). Teve muito trabalho com o sintetizador no início:
recebeu-o desmontado em diversas caixas, não havia qualquer manual (montagem ou
operação) e sempre desafinava nas turnês
Emerson entrou em contato com Robert
Moog e viajou até o seu centro de desenvolvimento em Nova York.
A principio
o Dr. Moog por acreditar que sua invenção deveria ser usada somente em
estúdios, desaconselhou Emerson a usar o instrumento ao vivo, num palco.
Emerson conseguiu convencer Robert Moog do contrário, que acabou aperfeiçoando
o sintetizador e posteriormente desenvolveu novos instrumentos ( como o
Minimoog), para apresentações ao vivo. Certamente
Emerson influenciou a forma em que evoluiu o sintetizador. Bob Moog e Emerson
se reencontraram em 1999, em
Los Angeles , comemorando os 30 anos da música eletrônica.
Com o aparecimento do
álbum "Switched-on Bach" em 1968, Wendy Carlos tornou-se
instantaneamente uma celebridade e o álbum tornou-se um dos maiores
best-sellers clássicos de todos os tempos. Desde o início de sua juventude, Wendy Carlos (nascida em Pawtucket,
Rhode Island, E.U.A. - 1939) demonstrou um forte interesse em música e
tecnologia científica. Precocemente, aos 10 anos de idade ela compôs um Trio
para Clarinete, Acordeão e Piano, e quatro anos mais tarde construiu um pequeno
computador. Quando tinha 17 anos de idade montou um estúdio de música
eletrônica e produziu sua primeira composição a qual utilizava sons criados e
manipulados em gravadores de rolo. Estudou música e física.
Em 1965 Wendy
Carlos, na época engenheira de som do estúdio Gotham Recording (Nova York),
comprou uma das máquinas de Robert Moog e em 1966 ela construiu seu próprio
estúdio de gravação (8 pistas) em casa. Ainda em 1966 ela iniciou a gravação do
hoje lendário "Switched-on Bach" onde Carlos executava no
sintetizador Moog obras de J.S.Bach ( houve um cuidado musicológico de sua
parte com relação ao estilo barroco), gravando cada timbre pista por pista,
pois o instrumento era monofônico (emitia somente uma nota por vez). Um
trabalho insano que foi consagrado como o primeiro álbum clássico a receber o
"disco de platina".
Após aperfeiçoar sua técnica no álbum
"The Well-Tempered Synthesizer", Wendy apresentou o uso do vocoder
(processador de voz - fabricado por Moog) para vocalizações sintetizadas para a trilha
sonora do filme "A Laranja Mecânica" do diretor Stanley Kubrick,
desta vez usando basicamente obras de Beethoven e composições próprias. Sua
obra seguinte, "Sonic Seasonings", apresentou o que conhecemos hoje
como o estilo New-Age , utilizando o sintetizador Moog para simular sons da
natureza, tais como chuvas, ventos, pássaros, lobos uivando, etc. Compôs
trilhas para os filmes "O Iluminado" ( também de Kubrick) e
"Tron" (dos estúdios Disney)
Após
o sucesso do sintetizador Moog, começaram a surgir diversos outros fabricantes de sintetizadores : Arp
(provavelmente o concorrente principal da Moog Music no inicio), E-mu, Korg,
Oberheim, Roland, dentre outros.
A tendência natural foi produzir
sintetizadores cada vez mais voltados para performances ao vivo: mais estáveis
(que não desafinassem muito com o passar do tempo), menores e com preço mais
acessível.
Alguns anos depois os sintetizadores
passaram a ser polifônicos, ou seja, podiam executar várias notas
simultaneamente, possibilitando tocar acordes. Na maior parte da vezes,
técnicamente falando, estes novos instrumentos nada mais eram do que vários
sintetizadores acoplados em um único instrumento. Por exemplo: um sintetizador
com a polifonia de 4 notas, nada mais era do que um instrumento composto por
quatro sintetizadores.
Ainda havia um grande problema. Para
alterar o som do instrumento por exemplo, mudar o som de uma flauta, para o som
de um violino, o músico era obrigado a alterar diversos parâmetros, nos controles/botões do instrumento. Isso
requeria conhecimento técnico e tempo. Alguns
músicos, utilizavam diversos sintetizadores e quando necessitavam mudar
de som, tinham que mudar de instrumento. A solução veio com o advento da
memória. Por intermédio de botões memorizavam-se os sons criados (sistema que é
usado até hoje), algo muito semelhante ao que se já encontrava nos órgãos.
Atualmente existem inúmeras marcas de
teclados (sintetizadores), que vão dos mais simples aos mais sofisticados com
grande possibilidade de síntese de sons e arranjos musicais. As marcas mais
conhecidas são Cassio, Yamaha, Kawai,
Roland, Korg , Alesis, Techinics, Solton, Ensomiq, Peavy, General Music (GEM),
Minami, Kurzwell, CCE e E-mu .
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