segunda-feira, 9 de março de 2015

Yamaha 40 anos de sintetizadores - Capítulo 5 (final)


Os MOTIF ® (2001), MOTIF ES (2003), MOTIF XS (2007) e MOTIF XF (2010) foram, sucessivamente, lançados como modelos de ponta na sua classe de produtos. Os sintetizadores da Yamaha ajudaram na criação de muitas músicas famosas e representativas da sua época, desde o lançamento do primeiro modelo, o SY-1. Em 2014, a Yamaha celebrou 40 anos de produção de sintetizadores e em comemoração desse aniversário foi lançada uma versão do MOTIF XF toda em branco, a cor que simboliza um regresso às raízes dos sintetizadores da Yamaha.

Capítulo 5: Todos os instrumentos musicais que compõem a série MOTIF®


A mais avançada workstation

A decisão da Yamaha de ouvir mais atentamente as opiniões dos seus clientes revelou-se uma grande aposta para desenvolver instrumentos, tais como o S80, que reuniram imensos elogios por vários motivos, nomeadamente como teclados de palco. Dito isto, os esforços empreendidos para criar um sucessor digno dos sintetizadores do tipo workstation da série SY e EX não trouxeram os resultados esperados quanto ao lançamento de instrumentos que se tornassem um sucesso de vendas.
Como resultado de avanços impressionantes ao nível das tecnologias computorizadas, e da consequente baixa de preços associada, o início dos anos 90 assistiu a uma migração progressiva da produção musical para sistemas assentes em computadores. Porém, isso implicava também conhecimentos técnicos consideráveis, de forma a tirar o maior partido possível dos computadores existentes nessa época, e isto terá elevado demasiado a fasquia para o músico comum. Como resultado desta tendência, a workstation acabou por se tornar o instrumento ideal e mais completo para fazer face às necessidades da produção musical. Na segunda metade da década, progressos significativos nos sistemas operativos Windows e Macintosh tornaram possível, para aqueles que possuem poucos ou nenhuns conhecimentos informáticos, usar computadores com confiança; e muitos músicos - tanto profissionais, como amadores - começaram a construir os seus sistemas de produção com base em computadores. Apesar de a workstation ser especialmente indicada para fazer música profissional sem a necessidade de recorrer a outros equipamentos, começou a ficar aquém das exigências do mercado face a estes avanços tecnológicos. Em resposta, a Yamaha concentrou a sua atenção no desenvolvimento de novos sintetizadores do tipo workstation que fossem capazes de ir ao encontro dos seguintes três objetivos.
1. Som excecional 
As novas workstations da Yamaha deveriam ser capazes de oferecer sons expressivos de uma forma prática, tanto no âmbito da gravação como da atuação ao vivo. Este objetivo não assenta apenas nas vozes dos instrumentos individuais, mas seria aplicável ao som em geral, a tudo o que estimulasse a criatividade musical. Espera-se que um sintetizador seja capaz de apresentar toda uma miríade de sons diferentes, mas de forma a ser levado a sério enquanto instrumento musical, a qualidade desses mesmos sons é decisiva.

2. Simplicidade na criação musical
Não poderíamos permitir que uma operacionalização complexa se tornasse uma distração à criatividade inerente ao processo de produção musical. Por este motivo, foi necessário melhorar a qualidade elevada do nosso hardware de forma a aperfeiçoar ainda mais o interface de utilização para permitir criar um som fantástico de uma forma simples e rápida.

3. Integração com PC
Adotamos uma abordagem radicalmente nova para o sintetizador do tipo workstation ao valorizar a obtenção da maior compatibilidade e afinidade possível com computadores. As nossas workstations não poderiam ser apenas feitas para a produção de música enquanto instrumentos independentes; teriam igualmente de ser capazes de desempenhar um papel protagonista no âmbito de sistemas construídos em torno de PC`s.


Raiar da era MOTIF

A Yamaha tinha vindo a trabalhar no desenvolvimento de um novo tipo de workstation, sob o nome de código Canguru, com o objetivo de criar um instrumento de ponta capaz de satisfazer todos os requisitos acima enunciados. Para atingir este fim focámo-nos no aperfeiçoamento das PCM waveforms (ou seja, os dados crus de samples), que tinham vindo a ser progressivamente melhoradas desde o desenvolvimento do modelo S80, com a funcionalidade inteligente de arpeggiator e o suporte de controlo remoto de estações de trabalho digitais de áudio (DAWs). Desenvolvido com base no projeto Canguru, como um produto com viabilidade comercial, o sintetizador workstation MOTIF, desde o seu lançamento em 2001, teve um impacto massivo no universo dos sintetizadores.
Antes do MOTIF, a nossa série de workstations EX vinha equipada com muitos dos sistemas de geração de sons que haviam sido desenvolvidos até à data, tais como o VL e o AN. Contudo, a Yamaha selecionou o AWM2 como a tecnologia de geração de sons de base para o MOTIF, e incluía ainda suporte para todos os outros sistemas de geração de sons existentes através da forma de cartões/placas plug-in, o que permitiu obter um equilíbrio perfeito entre simplicidade, conveniência e capacidade de expansão. No início da década de 2000, os loops áudio - ou seja, seções curtas de faixas de bateria e outros instrumentos com várias batidas na sua extensão - estavam a tornar-se muito populares juntos dos produtores de música e, de forma a suportar esta abordagem à criação musical, as workstations MOTIF apresentavam um Sequenciador de Sampling Integrado, o Integrated Sampling Sequencer, ou (ISS). Com recurso a esta funcionalidade, os sintetizadores podiam automaticamente detetar as batidas num loop áudio, separá-lo em parcelas e aplicar um som com características naturais a cada peça. Podia depois ser aplicada temporização inteligente. Noutras palavras: o loop áudio podia ser reproduzido com diferentes tempos sem soar a estranho. O ISS também podia redistribuir a ordem das peças de forma a criar ritmos completamente novos. E uma vez que o pitch podia ser alterado sem ter de modificar o tempo, o ISS era extremamente eficaz tanto com peças musicais, como com loops de percussão. Graças a esta funcionalidade inovadora, os proprietários do sistema MOTIF podiam agora criar ritmos e músicas de forma altamente intuitiva ao combinar faixas MIDI com áudio - uma funcionalidade tida agora como certa com qualquer sistema moderno DAW.
TO MOTIF também oferecia um arpeggiator inteligente, eficiente tanto para arranjos como para música ao vivo. O termo "arpeggio" pode lembrar um músico a suster um acorde e o seu sintetizador a reproduzir automaticamente as notas subsequentes, para cima ou para baixo, porém, o MOTIF ultrapassava em muito esta abordagem na sua implementação. Por exemplo, um arpeggiator configurado para tocar as notas G, A, e G quando G estava a ser tocado no teclado, também podia ser configurado para o fazer apenas numa banda mais elevada de velocidade, o que significava que um efeito suspenso também podia ser reproduzido com vozes, tais como a flauta ou guitarra, simplesmente ao pressionar a tecla com mais força. Assim, em vez de se limitar a gerar música em escalas, ascendentes ou descentes, o arpeggiator MOTIF podia também ser empregue de outras formas variadas para tornar um desempenho mais expressivo, enriquecendo com criatividade trechos que antes não soavam com o mesmo nível de inspiração ao serem tocados simplesmente com recurso a um teclado. Não é, assim, surpreendente que os arpejos se tenham tornado uma das funcionalidades mais populares do MOTIF.

Inovação em Hardware

Para além de extensos aperfeiçoamentos ao nível do software, o MOTIF também apresentava hardware com especificações técnicas que o diferenciavam significativamente dos sintetizadores anteriormente lançados pela Yamaha. Logo à partida, todos os instrumentos nesta série tinham as mesmas funcionalidades de geração de sons, independentemente das dimensões do teclado. Antes, o número de teclas que compunha o teclado do sintetizador, as suas dimensões e o alinhamento das suas funcionalidades dependia do facto de ser dirigido a profissionais, à utilização em palco, ou a músicos amadores. Contudo, as variações de teclados (com 61, 76 e 88 teclas) dos sintetizadores MOTIF vinham todas equipadas com a mesma capacidade de geração de sons. O modelo de teclado de 88 teclas tinha um design mecânico ligeiramente distinto, mas não havia diferenças em todas as versões quanto ao número de marcadores e de vozes. Se, por exemplo, possuísse um MOTIF de 61 teclas mas precisasse de tocar um modelo de 76 ou 88 teclas para um ensaio, num estúdio de gravação, ou alugado para uma tournée, esta abordagem inovadora significava que o poderia utilizar com total confiança e sem qualquer perda da sensação de familiaridade com o instrumento. Esta vantagem era ainda reforçada pela inclusão de suporte a memória flash, permitindo que dados de sequências e vozes pudessem ser facilmente armazenados em cartões de memória. Com todos os dados gravados num único cartão era, assim, mais simples recriar o ambiente de reprodução musical preferido em qualquer instrumento MOTIF, em qualquer parte do mundo.
Entretanto, os faders e marcadores ergonómicos, dispostos no canto superior esquerdo do painel, podiam ser usados para um controlo em tempo real das vozes e arpejos do MOTIF, assim como o software DAW a correr num computador. Estas características, que refletem o objetivo de atingir uma melhor integração com computadores por parte do sintetizador, permitiram ao sistema MOTIF ser concebido como centro de um sistema de produção computorizado através de ligações USB e cabos MIDI.
Todavia o MOTIF também apresentava muitas mais funcionalidades importantes para o desempenho de um sintetizador workstation profissional. Por exemplo, as bibliotecas de sampling, ferramentas usuais entre os produtores profissionais da época e que podiam agora ser importadas, assim como o facto de o instrumento também suportar saída digital de dados para uma ligação digital direta ao equipamento de estúdio. Para além disto, o design físico do instrumento, tal como as suas cores, causavam um impacto muito positivo em palco. Também neste âmbito, a série MOTIF espelhava as opiniões dos utilizadores e conseguiu ir bem além dos três objetivos originais estabelecidos pela Yamaha.
Ao oferecer tanto a um músico, não é de estranhar que a série MOTIF tenha sido muito bem recebida aquando do seu lançamento. Ao nível da qualidade do som, os aperfeiçoamentos progressivos realizados às waveforms integradas, usadas em primeira instância como base dos padrões de fundo, fez com que os sons do piano elétrico, baixo e guitarra elétrica fossem alvo de extensos elogios. A qualidade dos efeitos áudio integrados do instrumento também foi imediatamente alvo de reconhecimento e o MOTIF tornou-se rapidamente um equipamento standard para muitos estúdios de gravação profissionais. Entretanto, o ISS tornou possível que técnicas de produção musical focadas no sampling de percussão fossem facilmente aplicadas, assim como outros métodos anteriormente só disponíveis para produtores de dance music e que eram agora recurso habitual de artistas de música pop. Uma vez que o som hip-hop começava a ganhar peso nas tabelas de sucessos musicais dos EUA, somente depois da introdução do MOTIF é que os sintetizadores começaram a ter um maior impacto no panorama musical da época.

Evolução com Grandes Sons

Após terem recuperado o ritmo, os técnicos que desenvolveram o MOTIF começaram a trabalhar num sintetizador de segunda geração e a mudança mais notória no MOTIF ES assentou na dupla memória para waveforms integradas. Especificamente, os 85 MB de memória originalmente reservados a estes dados passaram para 175 MB, permitindo armazenar muitos mais dados de sampling na memória do instrumento. Este significativo aumento de memória não contribuiu simplesmente para armazenar mais sons individuais: a capacidade de memória de waveforms contribuiu também para uma melhoria na qualidade das vozes de sampling. Para compreender melhor esta noção podemos tomar como exemplo um som de piano: como se percebe na ilustração, um sample de piano atenua-se progressivamente ao longo do tempo, e no caso de um piano de palco pode levar até dezenas de segundos para cada nota desaparecer totalmente. Armazenar toda esta informação num sintetizador rapidamente encheria a memória pelo que, como alternativa, geralmente se aplica a técnica de looping.
Continuando com o nosso exemplo do piano, o trecho do ataque do som compreende um conjunto complexo de harmonias que se altera rapidamente com o tempo. Contudo, a mesma waveform repete-se na parte de libertação, diminuindo gradualmente de volume. Podemos, assim, simular a forma como as notas do piano fazem fade out através da repetição de um trecho da nota atenuada e diminuindo progressivamente o seu volume. Os dados de waveforms por detrás do trecho repetido já não seriam necessários e quando esta parte é removida do som "samplado" já não é necessária tanta memória integrada para o seu armazenamento. Se, porém, os pontos de repetição forem posicionados com demasiado espaçamento, devido aos constrangimentos de memória, torna-se difícil replicar as nuances delicadas do instrumento alvo de sampling e os sons daí resultantes não têm a mesma qualidade, soando a mecânicos. Por outras palavras, quando temos mais memória disponível para guardar dados é possível replicar sons mais realistas e com qualidade mais elevada. Para além disso, os ruídos subtis que ocorrem quando se toca um instrumento real - usando o exemplo do piano, os sons dos mecanismos tais como os pedais ou as cordas - também podem ser alvo de sampling, tornando assim a simulação muito mais realista. Com o MOTIF ES foi possível atingir um nível de expressividade musical que as limitações de memória tornavam impossível obter com o MOTIF original, o que melhorou significativamente a qualidade de som do sintetizador, em geral.
Entretanto, uma tecnologia conhecida como Keyboard Mega Voice (Grande Capacidade de Sons de Teclado) fez com que fosse possível tocar instantaneamente todas as nunces de som de um instrumento acústico. Por exemplo, os arpejos ou mutes de uma guitarra anteriormente só podiam ser acedidos individualmente, com base na seleção dos respetivos programas. Mas com o Keyboard Mega Voice foi possível reproduzir estes sons em resposta a velocidades específicas em certas teclas, assim como outros dados do desempenho. Também esta funcionalidade teve um papel decisivo para tornar o MOTIF ES num instrumento musical muito mais expressivo.
Motif ES


Protótipo vermelho: nunca foi lançado








Avanços revolucionários na série MOTIF XS


À medida que a MOTIF ES, modelo de segunda geração, se foi popularizando, e os sintetizadores da série MOTIF se tornaram instrumentos preferidos tanto de músicos amadores como de profissionais, as expectativas em torno dos lançamentos de terceira geração começaram a crescer. A terceira vaga nesta série – a MOTIF XS – disponibilizava mais memória para as waveforms, assim como muitos outros aperfeiçoamentos ao nível de funcionalidades.
Em primeiro lugar, alteramos o sistema operativo usado para gerir os programas integrados no sintetizador. Os sistemas operativos anteriores tinham sido especialmente concebidos para o desenvolvimento de sintetizadores e, por esse motivo, as drivers tinham de ser criadas caso a caso com base nas funções que as ligavam ao computador. Esta prática revelava-se deveras ineficiente e pouco expedita e piorava ainda mais face à necessidade de atualizações sempre o que o sistema operativo de um PC era atualizado. Como solução, experimentamos com sistemas alternativos, como o Linux, originalmente desenvolvido para utilização em computadores. Esta mudança permitiu-nos endereçar problemas conhecidos de compatibilidade e acelerar o ritmo de desenvolvimento. Mais ainda, tornou-se mais simples lançar posteriores atualizações aos OS (Sistema Operativo) que traziam novas funcionalidades para os sintetizadores. Nesta perspetiva, o MOTIF XS quase que poderia ser descrito como um computador com teclado de sintetização integrado.
Com o MOTIF XS foi também possível melhorar consideravelmente a funcionalidade de arpeggiator, agora uma funcionalidade-chave desta família de sintetizadores. Em contraste com anteriores modelos da série MOTIF, em que as escalas eram combinadas com vozes múltiplas, cada uma delas recorrendo a um tipo de arpejo, dispunha-se agora de quatro arpeggiators a trabalhar em paralelo para composições de sequências muito mais complexas. Pode parecer à partida que simplesmente combinar quatro destes elementos de sequências e arpejos poderia não ser tão eficaz do ponto de vista de composição musical, contudo essas dúvidas dissipam-se ao considerarmos a capacidade de atribuir notas de arpeggio a sequências de percussão.
Os sintetizadores MOTIF podem ser tocados em dois modos distintos: modo de Vozes, que permite ao músico focar-se em todas as nuances específicas de um instrumento, tal como o piano ou a guitarra, e o modo de Desempenho, que permite a um número destas Vozes ser combinado em camadas, através do teclado, e reproduzido ao mesmo tempo. Utilizar os quatro arpeggiators da MOTIF XS em modo de Desempenho permite tocar escalas sequenciadas, até quatro vozes, simultaneamente. Se, por exemplo, a primeira destas vozes estivesse definida para bateria, o arpeggiator poderia ser utilizado para tocar um loop de bateria. Poderíamos depois selecionar o Baixo para segunda Voz e o arpeggiator correspondente tocaria sequências de guitarra; entretanto, poderíamos selecionar o piano para terceira Voz, um trecho de suporte seria tocado pelo arpeggiator correspondente. Finalmente, selecionando guitarra para a última voz e ter o seu arpeggiator a tocar uma sequência strumming iria fechar o círculo deste padrão de composição musical.
É importante reter a ideia de que isto não é o mesmo que uma simples programação de uma sequência de fundo com vários elementos: o facto de o padrão ser gerado por arpeggiator significa que este responde instantaneamente às notas que são tocadas. Enquanto que a escala de bateria seria configurada habitualmente para tocar o mesmo loop em contínuo, as outras três vozes poderiam ser alteradas em tempo real com base nas notas tocadas. O MOTIF XS era ainda capaz de identificar acordes com base na pressão exercida sobre as teclas e isto traçou o percurso para gozar de funcionalidades enriquecidas, permitindo ao utilizador tocar sem esforço adicional escalas de fundo complexas com acordes e alterá-las de forma imediata de acordo com as suas preferências.
Claro que muitos dos outros sintetizadores disponíveis na época tinham sequenciadores de padrões com suporte para alterações de acordes, mas o que tornava o MOTIF XS especial era uma abordagem ao som mais realista, que também permitia às próprias sequências serem alteradas com base na velocidade dos dados no teclado. Por exemplo, o padrão de bateria do arpeggiator podia ser configurado para produzir uma variação de embate de pratos e pancada em resposta ao tocar de uma nota acima de certa velocidade (ou intensidade). Isto tornou possível produzir som de pratos de accent ou ritmos sincopados de 8 ou 16 notas durante espetáculos ao vivo. Em vez de mudar para “padrão”, ou outro termo semelhante, a Yamaha manteve-se firme com o termo arpeggiator para descrever esta capacidade de controlar livremente as sequências de samples e vozes de acordo com as preferências do utilizador, e isto tornou-se sinônimo da série MOTIF.

Aperfeiçoamentos sucessivos às funcionalidades de base do MOTIF XF

O atual MOTIF XF foi lançado em 2010, enquanto modelo aperfeiçoado no que diz respeito às funcionalidades-chave do MOTIF XS, lançado três anos antes. A memória disponível para waveforms integradas passou de 355 para 741 MB e este sintetizador vem também equipado com vozes mais criativas e poderosas. Para além disto, foi dado destaque à capacidade de expansão com, por exemplo, suporte para módulos de expansão de memória flash que podem aumentar o sampling disponível, assim como os dados de waveforms, até aos 2 GB. O seu predecessor, o MOTIF XS, também oferecia a possibilidade de expansão de vozes, mas não com recurso a memória flash. Por este motivo, os dados de waveforms adicionados tinham de ser carregados cada vez que o instrumento fosse ligado. Com a introdução de suporte para módulos de expansão de memória flash, vozes novas podem agora ser adicionadas ao MOTIF XF, tão facilmente como se de predefinições se tratassem. Entretanto, os efeitos e várias outras funcionalidades do sintetizador podem ser facilmente atualizados graças a atualizações de software, o que significa que os utilizadores deste equipamento continuam a beneficiar do lançamento de novas funcionalidade sem ser necessário adquirirem novos equipamentos.
Durante o processo de desenvolvimento do MOTIF XS também revimos as funcionalidades básicas de hardware do sintetizador. Muitos componentes internos associados à qualidade do som foram aperfeiçoados e a voltagem da driver para circuitos analógicos também foi aumentada face à do predecessor MOTIF XS. Como resultado, a força e riqueza dos sons foi melhorada significativamente.
Ao fazer bom uso de toda a experiência com sintetizadores acumulada ao longo dos anos, na procura de um equilíbrio perfeito entre conteúdo e tecnologia, a Yamaha apresenta no modelo de quarta geração MOTIF XF os maiores sucessos de toda a série MOTIF conjugados num único instrumento! Desde o seu lançamento, este notável sintetizador tem vindo a tornar-se um instrumento de eleição por parte de muitos músicos de renome. Tendo rapidamente amadurecido durante a primeira década do século XXI, desde o MOTIF original até ao modelo XF, esta série tem vindo a ganhar uma reputação invejável devido à sua facilidade de utilização, som de qualidade e desempenho de excelência. Como tal, o MOTIF ocupa um lugar cimeiro no âmbito dos sintetizadores do tipo workstation. Com uma taxa de adoção por parte de estúdios de gravação, aluguer para tournées e toda uma série variada de outras aplicações que rivaliza com o grande sucesso do DX7, a série MOTIF continua a acompanhar músicos de todo o mundo!

O cruzamento com outros modelos e a série CP

Os lançamentos da Yamaha na década de 2000 não se limitaram à série MOTIF. Com a série MO apresentada em 2005, e com a série MM de 2007, revolucionária e incrivelmente leve, foram apresentados muitos modelos de baixa e média gama de sintetizadores que herdaram muitas das características e tecnologias da série MOTIF. E tal como acontece com o MOTIF, cada série é composta por uma gama alargada de modelos que podem ser tocados e operados da mesma forma, independentemente do seu design ou tamanho do teclado. Esta característica notável significa que uma vez familiarizado com um sintetizador, o músico facilmente consegue dominar a utilização de outro modelo destas séries.
Os sintetizadores da série MOX, assim como a atual série MOKF, vêm equipados com o mesmo arpeggiator de quatro elementos que se encontra no MOTIF XS, permitindo horas de criatividade e divertimento com arpejos inteligentes. Entretanto, a nossa série de sintetizadores compactos MX, destinada a todas as faixas etárias desde a adolescência, apresenta um rico leque de PCM waveforms tiradas diretamente da série MOTIF e até mesmo os modelos de baixa gama obedecem aos mais exigentes padrões de qualidade.
Outro desenvolvimento digno de nota neste período reside no lançamento da série CP de pianos de palco. Recuando ao ano de 1976, quando foi lançado o modelo CP70, esta série esteve suspensa desde o lançamento do CP60M em 1985, mas graças à memória integrada de waveforms de maior capacidade e aos conteúdos de sampling de elevada qualidade da série MOTIF, a Yamaha foi capaz de lançar com sucesso novos modelos no final da década. A série CP original apresentava dois tipos diferentes de instrumentos: um tipo de piano elétrico que recorria a pickups para captar o som real das cordas de piano, e um tipo de piano eletrónico que gerava sons graças a um sistema de circuitos (verificar a página Forerunner of Yamaha Stage Pianos & Analog Synthesizers). Contudo os atuais CP's conjugam a experiência acumulada, aos longo de quatro décadas, destes dois tipos de piano. Iniciando com o CP1, muitos modelos novos foram desenvolvidos como parte deste renascimento da série CP e, tomando como exemplo o atual CP4 STAGE, evoluíram com sucesso para se adaptarem às necessidades da época e das atuações ao vivo. Isto só foi possível graças À decisão da Yamaha, no início da década, de apostar na pesquisa de mercado e fornecer este feedback dos seus clientes ao departamento de desenvolvimento de produtos.



A viagem de 40 anos dos sintetizadores Yamaha

Desde a sua gênese, com o SY-1 lançado em 1974, que a riqueza da tradição dos sintetizadores da Yamaha evoluiu ao longo de várias etapas, tal como a inovação ao nível dos geradores de sons, avanços no âmbito dos interfaces de utilização e enriquecimento de conteúdos. Esta tradição foi agora transmitida ao MOTIF XF WH, lançado, com grande orgulho, em 2014. Nos anos 70 e 80, a Yamaha concentrou a sua atenção nas inovações técnicas no desenvolvimento de componentes fundamentais para os mecanismos de teclado e desvendando os segredos dos geradores de sons. Os desafios dos anos 90 trouxeram uma série de tentativas e erros subjacentes ao objetivo de tentar compreender como tornar o sintetizador num melhor instrumento musical. Durante as últimas décadas, procuramos sempre aperfeiçoar a nossa arte. A série atual MOTIF é muito admirada por músicos de todo o mundo, devido à aplicação do conhecimento prático da Yamaha na criação de sons com a mesma qualidade que o de instrumentos acústicos – um objetivo estabelecido desde o início do desenvolvimento do SY-1 –, e ao nosso compromisso para com a produção de sintetizadores acessíveis aos seus utilizadores, e que evoluiu constantemente durante este percurso. O leque variado de tecnologias e conteúdos aperfeiçoados ao longo destes 40 anos não contribuiu somente para o desenvolvimento do dispositivo eletrônico a que chamamos sintetizador, também ajudou a estimular a criatividade de inúmeros artistas e teve um impacto imensurável na própria música, quer ao nível da gravação, quer do desempenho ao vivo. No futuro, podemos esperar que os sintetizadores da Yamaha continuem a quebrar barreiras na criação de novas formas de música, sempre de mão dada com os artistas e músicos de todo o mundo.


Origem: http://pt.yamaha.com/pt

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